por João Carlos Santos | Licenciado em Património Cultural - Historiador | jcsantos87@gmail.com

A acta encerra diversas informações acerca desta primeira fase: a Junta de Freguesia de Quarteira funcionaria em sede provisória, na casa do eleito primeiro Presidente da Junta, o Sr. José Pires Barroso; para o financianciamento da Junta o presidente propõe lançar um imposto sobre a venda do pescado na Praia de Quarteira, aprovado por aclamação; trata ainda do respectivo referendum, estipulado na Lei nº 509 de 13 de Abril de 1916 e no Decreto nº 2560 de 10 de Agosto de 1916; e por proposta do recém-eleito Sr. José Pires Barroso, é feito um agradecimento ao Capitão de Fragata José Mendes Cabeçadas Júnior, que em notícia anterior, nos deu conta da sua determinação na criação da Freguesia de Quarteira e ao qual o executivo elevou uma vez mais, leia-se: “Capitão de fragata senhor José Mendes Cabeçadas Júnior agradecendo-lhe todos os esforços empregados para a criação da freguesia.”

Nesta sessão solene, além dos membros do executivo e o regedor desta povoação, contava- -se ainda: José da Costa Guerreiro, Artur Gomes Pablos, João da Silva Neto e José de Sousa. Todos eles, nomes da elite Louletana, que assistiram à realização desta primeira sessão. Mas é vital traçar uma biografia que apresente alguns contornos da vida de José Pires Barroso. Quem foi o primeiro Presidente da Junta de Freguesia de Quarteira? Pouco se sabe da vida do homem que encabeçou

Fig. 1, José Pires Barroso. Os desígnios da recém-criada freguesia de Quarteira. Sabemos que nasce no dia 5 de Novembro de 1858 e vem a falecer no dia 14 de Abril de 1939. Tratava-se de um proprietário quarteirense, com propriedades conhecidas nas imediações da actual Rua Gago Coutinho em Quarteira. Responsável por uma armação e arte Xávega, pertencentes a Francisco Xavier Leal, um rico proprietário de Almancil. Foi o primeiro Presidente da Junta de Freguesia de Quarteira e permanece à frente dos desígnios da recém-criada freguesia até 1 de Julho de 1922. A sua identificação demonstrou ser atribulada, uma vez que, o nome não estava associado a esta estrutura local, só após a leitura do livro de actas de 1918, é identificado como presidente, levando-nos a procurar nos registos do cemitério da mesma junta, se este estaria sepultado em Quarteira. A investigação desloca-se ao cemitério, onde encontrou o seu local de descanso e a respectiva fotografia acima apresentada.