por Nélia Marcos | Gestora Licenciada em Ciências da Comunicação - Comunicação Empresarial | neliamarcos@gmail.com

Às vezes é necessário um murro no estômago para dar o salto. A nossa Seleção é um bom exemplo para muitas empresas.

Passado o turbilhão dos festejos da justa vitória da nossa Seleção, importa fazer algumas leituras que fazem a diferença no resultado de qualquer organização ou equipa de trabalho, como foi o caso.

É perante a adversidade que se mede o estofo de uma equipa. Acredito sinceramente que foi o que aconteceu ao Cristiano Ronaldo em campo que nos catapultou para a vitória. A mudança de atitude tem este poder. Esse murro no estômago serviu para tirarmos as garras de fora e mostrar, sem medos, sem subtilezas, o quanto queríamos ganhar. Serviu para a equipa lutar mais, correr mais, arriscar mais. Agora, mais do que nunca, tinha que ser nossa!

Às vezes é necessário desviarmo-nos da estratégia. Sair e fazer sair da zona de conforto permite revigorar forças, unir energias e descobrir talentos inesperados.

Por seu lado, quando o resultado individual deixa de ser o mais importante e o foco passa a ser o resultado global, o resultado é sempre ampliado. Foi o que Cristiano fez. Qualquer colaborador de uma empresa que seja competitivo, inconformado, irreverente, quer chamar a si os resultados. No entanto (já aqui o disse anteriormente) se esse colaborador estiver totalmente envolvido com os objetivos e com a missão da empresa, estes prevalecem. A atitude de Cristiano é bem prova disso.

Numa Equipa (ao contrário de um grupo), os melhores puxam pelos outros, ajudam, desenvolvem, motivam, instigam, impulsionam. Foi o que aconteceu na nossa Seleção. Nem sempre o objetivo é cumprido pelo “melhor” mas isso não interessa nada para o resultado final porque se um ganha, ganham todos.

Liderar é encorajar, motivar, inspirar! É estar em campo mesmo sem estar dentro das 4 linhas, é orientar, passar a força, a garra, a determinação que só mostra uma opção: chegar lá! E a liderança não tem que estar concentrada num único elemento, pode bem ser partilhada sem qualquer dano. Fernando Santos mostrou mais uma vez a sua inteligência ao partilhar a sua liderança, naqueles momentos tão críticos, com Cristiano Ronaldo. A Equipa saiu a ganhar e ele (obviamente) também.

Coloquem o vosso melhor colaborador ao serviço da Equipa. Não se conformem em ter um Cristiano Ronaldo na vossa organização, encarreguem-no de inspirar os outros a serem tão bons como ele, até os que aparentemente possam ser mais frágeis. Grande exemplo, Eder!