por Rui Cristina | ruicristina19@gmail.com

O concelho de Loulé alberga no seu território os empreendimentos turísticos de referência da região algarvia e do país. Um património que nos devia motivar para que esse valor acrescentado continuasse a ter um desenvolvimento sustentado. Em vez disso, o concelho recua na capacidade de atrair investimentos.

Entretanto, parabéns à cidade de Faro, que sob a liderança do Dr. Rogério Bacalhau, foi considerada a 6ª melhor cidade do mundo para viver a reforma, numa lista internacional liderada por Sydney, segundo um estudo alargado feito pela consultora imobiliária Knight Frank a partir de informação recolhida em cidades de 58 países dos quatro cantos do mundo.

Com efeito, se em 2015 Loulé estava no 27º lugar nacional, em 2016 passou para o 36º na classificação anual das localidades em Portugal, da consultora internacional Bloom Consulting, tendo em conta os itens Turismo, Negócios e Estilo de vida. No setor mais importante da economia do concelho, o Turismo, a consultora despromoveu Loulé para o sexto lugar, atrás de Albufeira, Portimão, Tavira, Faro e Lagos.

Não estamos melhor no que toca ao item dos Negócios, em que Loulé se situa atrás de Faro, Albufeira e Portimão, quanto à criação de condições com capacidade de atração de investimento.

Depois de passarmos dois terços do mandato socialista a ouvir o slogan “ninguém fica para trás”, como se explica que no capítulo de Estilo de Vida Loulé ocupe agora o 4º lugar atrás de Faro, Portimão e Albufeira? Pelos vistos e apesar da intensa barragem de autoelogios distribuídos pelo Município de Loulé à comunicação social, estamos a ficar todos para trás e ficaríamos muito mais, caso não existissem os projetos do anterior executivo PSD.

Na área dos Negócios, foi no mandato do PSD que se atraiu o investimento IKEA e se desenvolveu o projeto do Cluster Multiusos de Loulé ou, no capítulo do Turismo, que se projetou e programou o Passeio das Dunas ou o prolongamento da Av. Sá Carneiro à Fonte Santa, ambos em Quarteira. Foi o Governo da coligação Portugal à Frente quem classificou como Projeto de Interesse Nacional o empreendimento Vale do Freixo - Golf & Country Estate, situado na zona do barrocal do concelho de Loulé (freguesia de Benafim) do investidor United Investments, que possui negócios no Sul do país desde 1985, no Pine Cliff Resort e Sheraton Algarve, no concelho de Albufeira.

Quanto ao Estilo de Vida, as obras inauguradas pelos socialistas têm a sua matriz no anterior mandato do PSD, como por exemplo a residência para idosos em Benafim, a Escola EB1 da Fonte Santa ou a requalificação da Rua Serpa Pinto em Loulé. E até o evento Loulé Cidade Europeia do Desporto, foi herança do executivo PSD.

Ao invés de um planeamento que projetasse Loulé, capaz de fazer a diferença, o que temos nós? Uma grande trapalhada, primeiro com a suspensão da Noite Branca e o inevitável prejuízo para o comércio local, depois com a imposição de um calendário bianual para o evento.

Há um programa de bicicletas sem ciclovias, concertos para os quais são cortadas árvores para instalar o palco, ou programa de comemorações de Quarteira Cidade Centenária aprovado à pressa, para disfarçar o esquecimento.

No orçamento de 2016 o executivo socialista prometia investimentos estratégicos no Programa de adaptação às alterações climáticas (ClimAdapt), o mesmo ano em que se esqueceu da Hora do Planeta, um alerta mundial a que Loulé já aderira 8 anos antes, precisamente contra as alterações do clima.

Até agora, a sobrevivência do executivo socialista foi à custa do que o PSD planeou e das obras projetadas no anterior mandato. O PSD continua a fazer o seu trabalho de casa, desde logo estudando os problemas que permanecem, sem o patético espetáculo de atirar «grandes números» para o ar e as ridículas comparações para efeito político momentâneo.

Loulé tem de saber consolidar os resultados positivos adquiridos e gerir com inteligência essa consolidação. E quanto mais cedo melhor.