por Nélia Marcos | Gestora Licenciada em Ciências da Comunicação - Comunicação Empresarial | neliamarcos@gmail.com

O Verão está aí e, nesta altura do ano especialmente no Algarve, os gestores são assolados pela rotatividade de pessoal, seja pela saída de colaboradores ou pela dificuldade de recrutar. De facto, o turnover nesta altura do ano acarreta custos e danos consideráveis que devem ser previstos e inseridos numa política de Recursos Humanos adequada a esta realidade.

Na época premium do ano para a região, em que as empresas deveriam estar totalmente focadas em oferecer um serviço de excelência ao cliente, em fidelizá-lo, estão muitas vezes a debater-se com recrutamentos de última hora, em que as pessoas selecionadas não cumprem os requisitos, em que são colocadas frente ao cliente sem formação adequada, numa corrida contra o relógio que não permite fazer melhor. Esta realidade afeta a qualidade do serviço prestado, a imagem da empresa e a notoriedade da região.

O clichet “ninguém é insubstituível” tem o reverso da moeda: começar do zero com custos de recrutamento e seleção, encontrar a pessoa certa, integrá-la na equipa e na cultura da empresa, formá-la para a função, dar-lhe tempo para se adaptar e …só depois esperar que comece a produzir (quando não sai antes disso). Um processo que leva tempo (tempo que não existe nesta altura).

Um dilema que se repete ano após ano e que só pode ser ultrapassado com uma gestão de Recursos Humanos adequada ao nosso contexto. O problema tem que ser antecipado e trabalhado, vários meses antes, em duas frentes: por um lado, garantir a retenção de talentos na empresa, que nesta altura do ano são cruciais para a qualidade do serviço prestado. Garantir o envolvimento dos colaboradores “sénior”, dar-lhes mais autonomia, definir condições e incentivos específicos para esta altura do ano, podem ajudar ao comprometimento. Por outro lado, é essencial assegurar antecipadamente o recrutamento das equipas de reforço sazonal, acautelando que a pessoa está totalmente enquadrada e motivada para a função que vai desempenhar. Formações específicas e adequadas que agilizem o período de adaptação, um ambiente facilitador da integração e muito acompanhamento on job, serão investimentos imprescindíveis para o sucesso da integração.

 Se se pretende passar uma imagem de profissionalismo, oferecer um serviço de qualidade e potenciar ao máximo os resultados que a empresa pode ter nesta altura, então o cliente não deverá perceber se o colaborador está na empresa há 3 anos ou há 3 semanas. Ainda que isso implique uma gestão de Recursos Humanos de vários meses.