Factos são factos. E a verdade é que o IEFP Algarve, face às suas congéneres nacionais, começa a perder relevância no que respeita à formação profissional.

É que pese embora os significativos investimentos efetuados na região algarvia para aumentar a sua capacidade formativa, em que se destaca a abertura do Centro de Emprego e Formação Profissional de Portimão (2013), a redução brutal na formação profissional ocorrida entre 2015 e a presente data, para além de contribuir para a diminuição da competitividade da economia algarvia, é suscetível de colocar em causa os próprios postos de trabalho existentes nos centros de formação profissional de Faro e de Portimão.​

Uma redução que somente é explicável pela manifesta falta de capacidade demonstrada pelos atuais dirigentes regionais do IEFP. Porquanto no que respeita à execução física de formação (total de formandos), o algarve reduziu quando todos os outros centros aumentaram. Uma redução que entre março de 2016 (6.388 formandos) e março de 2017 (4.512 formandos) foi de 29,4% … e que entre março de 2015 (10.144 formandos) e março de 2017 (4.512 formandos) foi de 55,5%.

Uma redução que no Algarve não pode ser explicada pela diminuição do desemprego que se verificou, nomeadamente no período entre março de 2016 e março de 2017, dado que a mesma ocorreu de igual modo em todo o país. É que se no Algarve o número de inscritos no IEFP diminuiu em 20,1% e no resto do continente diminuiu em 18,4%, a formação reduziu em 29,4% e no resto do país a formação aumentou.

​Acresce ainda a este propósito que a formação não se destina somente para desempregados. Cabe também ao IEFP a responsabilidade de promover a formação de pessoas empregadas que pretendam adquirir/reciclar competências. E no âmbito dessa tipologia, ​a execução física também baixou. Passando de 445 abrangidos, em março de 2016, para 330, em março de 2017.

Ainda a este propósito, há um outro perigo que o abandono da vertente formativa do IEFP no Algarve irá provocar, para o qual queremos deixar o nosso alerta, e que se prende com o desaparecimento das competências existentes na região neste domínio. É que em face da atual situação, um vasto conjunto de colaboradores do IEFP na região, muitos deles possuindo vínculos precários, não têm outra alternativa que não seja deixar de ser formadores; deixar de ser técnicos de ​S​erviço ​S​ocial ou técnicos dos Centros Qualifica​​ (antigos Centros Novas Oportunidade e CQEP). E se isto acontecer, à escala que se prevê, isso irá inviabilizar a que no futuro consigamos ter capacidade para reagir, com celeridade, às crises económicas que possam vir a ocorrer e continuarmos a ser capazes de reforçar a competitividade regional da nossa economia.

Fica aqui o alerta do PSD/Algarve ao Governo. E agora que se aproxima a época estival, seria bom que os nossos governantes, quando “vierem a banhos”, trouxessem respostas concretas para este problema. 

 

Por: PSD/Algarve